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02/02/16

O carnaval carioca


No ano de 1840, a alta sociedade carioca começou a realizar bailes de carnaval no Rio de Janeiro. Inspirados nas festas que aconteciam na Europa, os encontros eram regados com muita bebida, comida e ritmos tipicamente europeus, como a valsa ou a quadrilha. Enquanto isso, nas ruas da cidade, milhares de foliões continuavam a brincar ao entrudo - festa portuguesa em que foliões fantasiados dançam e atiram limões de cheiro, farinha ou água às outras pessoas que brincavam.
Algumas décadas depois, começam a surgir os primeiros cordões e os ranchos carnavalescos cariocas, embalados por muitos elementos da cultura negra. As duas manifestações originaram os blocos de carnaval e as escolas de samba da cidade.
 
A primeira escola de samba carioca (Deixa Falar) foi fundada no ano de 1928, no bairro carioca de Estácio, centro do Rio de Janeiro. Anos depois, começou a competição entre elas, disputada na Praça Onze. No ano de 1935, as escolas de samba do Rio de Janeiro passam a ser oficialmente reconhecidas e entram na programação oficial da cidade e elas passam a desfilar na Avenida Rio Branco. Em 1962, o Departamento de Turismo da cidade construiu arquibancadas e implantou a venda de entradas no circuito das escolas de samba. Vinte e dois anos depois, o sambódromo carioca foi inaugurado. O espaço, projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, possui 85 000 metros quadrados. As disputas do grupo especial e dos grupos de acesso das escolas de samba cariocas acontecem no mesmo espaço desde então.
 
O samba-enredo é aquele que narra a história que a escola de samba vai apresentar na avenida. O género surgiu na cidade do Rio de Janeiro em 1930 e na mesma década já se popularizou nas quadras das agremiações. De acordo com o livro "Almanaque do Carnaval", o encurtamento dos sambas de enredo e a massificação deles foram a base do esvaziamento do papel do samba-enredo durante o desfile. Para alguns críticos, a sua função restringe-se a mero fundo musical do espetáculo. Por outro lado, a marchinha tem origem nas marchas populares portuguesas e foi o principal ritmo do Carnaval brasileiro da década de 1920 à década de1960.
 
Um dos momentos mais importantes destes carnavais é o desfile onde cada escola do grupo especial possui 82 minutos de desfile e chega a ter 5000 componentes. As escolas estão divididas em alas, e cada ala desfila com a mesma fantasia. Toda a agremiação possui uma bateria, composta por aproximadamente 500 ritmistas, que tocam instrumentos de percussão. Uma ala de baianas, figura tradicional do carnaval carioca, é obrigatória.
 
Uma outra caraterística são os blocos de rua porque apesar de o Rio de Janeiro possuir uma tradição muito forte de escolas de samba, o carnaval de rua da cidade também é bastante movimentado.